segunda-feira, 25 de junho de 2012

NÃO É PRECISO ESTAR PERTO.

Já não é preciso estar tão perto.
A cada detalhe que descubro,
Me encanta ainda mais não saber tudo.
Escrevo juntando pedaços do que sinto,
E acreditando nas histórias que já ouvi.
Olho para o papel de presente
que me lembra daquela noite de verão.
Onde tudo foi vivido e muito mais foi sentido.
Me faltam os versos,
Pois esta ideia ainda me trava.
Lamento que não pudemos ser tudo
O que poderíamos ter sido.

GUARDANDO AS ROUPAS.

Enquanto guardo as roupas na gaveta
sinto teu perfume que me agride.
Cheiro de lembranças das nossas loucuras.
De repente a porta abre;
ouço teus passos no corredor;
ouço a porta do quarto abrindo,
mas não ouço teu beijo estalando em mim.
Fica claro, meu bem, não somos mais os mesmos.
Das noites que vivemos juntos,
as mais frias são as que nosso calor se perdeu sem nosso sentimento.
Solta as coisas do teu dia na mesinha de cabeceira,
enquanto eu sigo organizando roupas e meus pensamentos.
Sinto que o amor morre dentro de nós.              
E me pergunto o que ficou da nossa vida juntos?
Guardaremos todos os momentos que vivemos juntos
dentro de uma caixinha de cristal.
E se um dia voltarmos a sermos um
quebraremos esse cristal que guardou nossos sentimentos.

PASSOS DOS PÁSSAROS.

Os passos são rápidos, vão para longe.
Já não resta saída.
É como um ciclo que se rompe.
Os pássaros voam
como se já não houvesse um caminho.
Suas asas batem ao infinito.
Meus olhos observam parados.
Uma sensação de desespero.
E os passos continuam,
mas agora é só um vulto.
Algo que não vai voltar.
Uma sensação de perda...
Passam alguns segundos.
O tempo que queria parar.
Tenho que ir.
Os olhos voltam a mover-se.